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Cultura e Alteridade

  • Foto do escritor: Edran Blayner
    Edran Blayner
  • 1 de jul. de 2020
  • 4 min de leitura

Olá pessoal tudo bem? aqui é o Edran, professor de história e escritor aqui do blog Entrelinhas da História, falaremos hoje acerca de dois temas que se tornam indispensáveis para a vida social ao qual vivemos, inclusive para os leitores que possivelmente venham a realizar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Os temas abordados serão cultura e alteridade.


Partimos inicialmente abordando que, a cultura é algo intrínseco ao homem (espécie humana), não conseguimos em momento algum dissociar o homem da cultura, pois, a cultura existe porque o homem a produz. Diante disso, entendemos que para que haja o processo conhecido como hominização (aquisição de caráter ou atributos distintivos da espécie humana em relação às espécies ancestrais; hominação.), deve-se haver então cultura.


Nesse contexto, diversas áreas do saber como sociologia, antropologia, história, filosofia, buscam explicar o homem através de sua cultura, ou mesmo a cultura de toda uma nação. Como mencionamos no post anterior "As primeiras civilizações" (caso não tenham lido, de uma passadinha lá e confiram para melhor entender esse conceito), a cultura existe na forma material e imaterial, e através disso conseguimos entendê-la como algo plural, ou seja, com diferentes significados.


De modo abrangente, podemos também definir cultura como: Um conjunto de tradições, ideias, costumes, práticas e Estilo de Vida de uma dada sociedade, assim também podemos descrevê-la como a construção de conhecimentos e hábitos de todo um povo, Dentro dessa lógica, a entendemos então como, todo o conhecimento produzido pelo indivíduo na sua relação com outros povos ou mesmo na sua relação com o mundo.


Caros leitores, dentro de todas essas definições acerca do que vem a ser cultura, é possível refletirmos então que, o homem dentro das mais diferentes sociedades, se enquadra como um ser plural, diversificado, multifacetado.


Todavia, no nosso panorama atual nos deparamos com uma questão latente em nossa sociedade e que abre um leque imenso de interpretações acerca do que acabamos de mencionar acima, estamos falando do etnocentrismo. Que segundo o dicionário Aurélio,


É Uma visão de mundo própria da pessoa que considera a sua sociedade, sua nação, seu país ou grupo étnico superiores aos demais.

Um exemplo histórico de etnocentrismo que ocorreu no século XX, foi o de Adolf Hitler, que através de seu pensamento de categorização de raças, acabou por colocar os alemães como referência, modelo de sociedade e por dizimar milhões de judeus (considerados por ele como uma raça inferior), além também de julgar ciganos, deficientes, mendigos, etc... Podemos perceber então que, etnocentrismo traz junto com sigo outros elementos que ajudam a hierarquizar culturas, tais como, intolerância, preconceito, discriminação.


Discordante ao etnocentrismo, aparece o que conhecemo como Relativismo cultural que segundo visão antropológica, é o mesmo que,


Enxergar diferentes culturas de forma livre do etnocentrismo, ou seja, não julgar as diferentes culturas acerca de suas próprias experiências.

Dentro dessa ideia então, podemos afirmar que existem culturas diferentes umas das outras, e que jamais podemos identifica-las como culturas inferiores ou superiores. Cabendo então a nós considerá-las como culturas distintas, diferentes.


Para resumir melhor o que estamos querendo dizer, cabe a nós então analisarmos as diferentes culturas dentro da perspectiva de sua própria cultura, e com isso princípios, padrões, crenças, opiniões, juízos e conceitos devem ser considerados de acordo com a cultura ao qual fazem parte. e não necessariamente constituirmos análises embasados na nossa cultura. E é exatamente nesse ponto do nosso diálogo que aparece o que chamamos de Alteridade.


Alteridade, segundo o dicionário Aurélio, é


Caráter ou estado do que é diferente, distinto, que é outro
Que se opõe à identidade, ao que é próprio e particular; que enxerga o outro, como um ser distinto, diferente.

Assim, partimos do pressuposto que, para um determinado fato há sempre duas versões, dois olhares, dois pontos de vista. (Lembrando que a História na sua essência deve ser olhada dessa mesma forma).


Com isso, conseguimos compreender que para construirmos um pensamento acerca de algum outro povo, ou alguma outra cultura, precisaremos levar em consideração todo conjunto de práticas, costumes, hábitos que por eles são adotados. E então a partir disso formularmos um pensamento assertivo a respeito desse mesmo povo ou dessa mesma cultura.


Fazendo isso, acredito que estaremos colocando em prática o conceito de alteridade e consequentemente estaremos fugindo do pensamento ao qual chamamos de senso comum, enxergando o outro como diferente, e não mais como estranhos e até mesmo inferiores,


E aí pessoal, será que no mundo atual, com a diversidade cultural ao qual vivemos, com a oposição de ideias ao qual convivemos, com a hábitos e costumes distintos aos nossos, conseguiremos tratar os outros como outro apenas ? enxergando seus costumes e hábitos como uma "via de mão dupla" ?, Como apenas práticas distintas ? ou seguiremos o senso comum e os julgaremos como estranhos ? inferiores ? excluídos por serem quem são ? Cabe a reflexão.


Acredito que esse texto servirá de embasamento para futuras compreensões e diálogos que iremos ter aqui no blog, tal como, servirá para refletirmos sobre os diferentes povos que aqui habitam ou já habitaram um dia.


Se gostaram do post, não deixem de acompanhar os próximos que estão por vir ! Abraços.

Asian peoples, Gustav Mutzël, litografia, 1894. Fonte: Wikimedia Commons.




 
 
 

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