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A Capoeira como símbolo de resistência

  • Foto do escritor: Edran Blayner
    Edran Blayner
  • 15 de jul. de 2020
  • 3 min de leitura

Olá pessoal aqui é o Edran, professor de História e escritor aqui do blog "Entrelinhas da História", e hoje iremos discorrer aqui de um tema muito interessante, a capoeira como símbolo de resistência, trazendo a você leitor uma nova ótica e abrangendo um novo significando a essa expressão cultural bastante apreciada aqui no Brasil.


Se hoje podemos considerar a capoeira como um patrimônio imaterial da cultura brasileira, tal como objeto de relações culturais, algo lúdico e altamente praticado em nosso país, devemos ter em mente que tudo isso foi um bem conquistado através de anos de dor e resistência. Essa manifestação cultural brasileira que traz consigo elementos e misturas da luta, dança, cultura popular e também artes marciais, constitui em si sentidos e modos de se fazer de todo um povo.


Dito isso, partindo do pressuposto que o Brasil foi um dos maiores importadores de negros escravizados no mundo, (visto que nossos colonizadores eram grandes apoiadores desta prática), podemos afirmar que esses negros escravizados trouxeram com sigo, tradições e costumes que os mesmos praticavam em sua terra natal e dentro desse contexto elencamos então a capoeira e a religião como fatores determinantes para que houvesse uma significativa assimilação cultural por parte dos que aqui estavam.


Os negros escravizados pelos europeus, desenvolvia no Brasil as mais variadas formas de resistência contra o sistema escravista, não era muito difícil alguns negros escravizados organizarem sabotagens para prejudicarem as plantações dos senhores de engenho, já outros preferiam se entregar ao "Banzo" (Banzo pode ser considerado como uma nostalgia ou melancolia mortal que dominava os negros africanos escravizados no Brasil.). Podemos sim considerar o suicídio nesse período de escravidão e racismo como um ato de resistência, já outros se utilizavam de suas manifestações culturais para então praticarem as suas formas de resistência, e uma delas é a capoeira.


Geralmente, os negros praticavam a capoeira dentro das senzalas, onde constituiu-se notadamente uma habilidade extraordinárias com os pés, uma vez que, na maioria dos casos os negros tinham sobre seus braços correntes, impedindo-os de movimentarem os membros inferiores. Todavia, a capoeira tinha primeiramente um cunho religioso, pois, historiadores consideram que a capoeira era uma dança religiosa muito praticada em diversos pontos da África.


A partir da criação dos conhecidos quilombos em 1597 (repúblicas ou aglomerações criadas pelos negros fugitivos) a prática da capoeira passou a ser utilizada pelo negros para autodefesa, uma vez que esses negros fugitivos não tinham a intenção de retornarem para seus algozes. Posteriormente, em 1890 a capoeira foi proibida no Brasil, e só teve a sua liberação em 1932, sob o governo de Getúlio Vargas.


Curiosamente, devido aos capoeiristas usarem calça "boca de sino" no período em que a capoeira passou a ser proibida, os policiais "identificavam" os capoeiristas jogando dentro de suas calças um limão, caso o limão saísse pela "boca da calça" o indivíduo era considerado capoeirista. (De certo não dava pra ver né ? a calça boca de sino kkkk).


A partir disso, em Recife há relatos que foi a partir da capoeira foi que originou-se o Frevo, dança que hoje também é considerada patrimônio Imaterial e bastante conhecida no Brasil inteiro. Além também de ser a única modalidade de luta que acompanha instrumentos musicais, pois, isso também fazia parte de uma estratégia utilizada para enganar os senhores de engenho a acreditarem que os negros estavam apenas dançando e cantando, sendo que na verdade estavam aperfeiçoando as suas técnicas defensivas.


Nesse sentido, podemos analisar então a prática da capoeira como uma grande arma para a libertação, fazendo com que os sujeitos que a praticam a utilizem como mecanismo de defesa, e o mais importante, como adestramento do próprio corpo e manifestações culturais.


Com o passar dos anos, podemos assim verificar que vários elementos da cultura negra se consolidaram na formação cultural do povo brasileiro. Do ponto de vista histórico, podemos destacar também que os quilombos foram artifícios de resistência que representou significativamente a luta contra o sistema escravagista e dentro dele se constituiu fortemente a capoeira.


E ai pessoal, gostaram do post ? Notaram como a capoeira foi fundamental para a manutenção de toda uma resistência ? perceberam como uma manifestação cultural pode ser fortemente utilizada em oposição ao preconceito ? a discriminação ? Se gostaram do conteúdo, não deixem de me acompanhar aqui no blog e nas redes sociais.



 
 
 

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